Desenvolve PE premia equipes vencedoras do primeiro Ideathon Origens
Realizada na Serra do Arapuá, em Carnaubeira da Penha, a maratona de inovação juntou mais de cem estudantes e professores
Nessa quarta-feira (03) foram conhecidas as equipes vencedoras do primeiro Ideathon Origens. A maratona de ideias aconteceu nos dias 02 e 03 de abril, no território Pankará, situado na Serra do Arapuá, em Carnaubeira da Penha. Propondo uma reflexão sobre o tema: “inovação para proteção de terras e culturas originárias”, o evento reuniu mais de cem estudantes de cinco diferentes povos, com a missão de pensar em soluções viáveis para ajudar na resolução de problemas que afetam as suas próprias comunidades.
O Ideathon Origens foi realizado pela equipe do Projeto Desenvolve PE, parceria entre a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PE) para a promoção de políticas de desenvolvimento econômico nos municípios pernambucanos, com colaboração da consultoria IEBT Inovation e da Gerência Regional de Educação – GRE/Floresta.
Foram dois dias intensos de aprendizado mútuo e muito trabalho em equipe que ficarão marcados na história da comunidade e na vida dos meninos e meninas que participaram do Ideathon, conforme relatou a Cacique Dorinha Pankará. “Estamos muito felizes por receber esse evento. É muito bom ver a empolgação da nossa juventude ao discutir problemas do nosso território e propor soluções para temas importantes como: sustentabilidade, luta pela resistência e preservação da nossa cultura,” destacou a cacique. “Em nome do povo Pankará, agradeço à equipe do Projeto Desenvolve PE e a todos os povos que estiveram aqui presentes para fazer esse grande intercâmbio de conhecimento,” concluiu.
Na maratona, os alunos participaram de oficinas de design thinking (metodologia usada na organização de processos e criação de soluções eficientes); planejamento e modelagem de negócios. Os jovens trabalharam em parceria para conseguir desenvolver estratégias inovadoras e aplicáveis para solucionar desafios específicos dos territórios aonde residem, como destacou Marryelle Barros, 17, aluna do 3° ano da Escola Estadual Indígena Pankarás. “Esse Ideathon é uma experiência incrível para nós, estudantes indígenas. O trabalho de mentoria nos dá segurança para nos envolvermos no processo de criação, aperfeiçoamento e exposição das nossas ideias. Isso nos possibilita um lugar de fala e a oportunidade para desenvolvermos ações com potencial de gerar impactos positivos para o nosso povo,” revelou entusiasmada.
Após a série de oficinas, as ideias desenvolvidas pelos alunos foram apresentadas para a banca avaliadora responsável pela escolha das melhores soluções. Elas trataram de temas como: preservação das tradições culturais dos povos originários; proteção dos territórios indígenas; estratégias para geração de emprego e renda a partir do turismo ecológico; resgate e preservação de línguas tradicionais; e compartilhamento de conhecimentos sobre a utilização de plantas medicinais.
O gerente de educação do Sebrae/PE, Danilo Lopez, foi um dos avaliadores. Em sua fala ele fez questão de parabenizar o empenho e destacar a capacidade criativa dos alunos ao longo do processo coletivo de ideação. “A aprendizagem em comunidade é fundamental, pois ela acontece quando, todos juntos, compartilhamos e reinventamos conhecimentos. A troca de ideias fortalece os nossos projetos e o conhecimento que adquirimos fica para sempre conosco. O simples fato de vocês estarem aqui é prova de que são capazes,” enfatizou Danilo.
O coordenador do Desenvolve PE, Edmilson Duarte, comemorou o sucesso da maratona e destacou o caráter pioneiro do evento que conseguiu reunir mais de cem estudantes e professores. “O Ideathon Origens é uma iniciativa inédita e corajosa. Pela primeira vez em nosso Estado foi realizado um evento desse porte. Com muito trabalho e apoio dos parceiros, conseguimos juntar em um território indígena estudantes de cinco etnias distintas, dos municípios de Carnaubeira da Penha, Tacaratu, Itacuruba, Petrolândia e Jatobá. Isso evidencia o êxito dessa iniciativa,” comemorou.
Cada uma das três instituições de ensino vencedoras foi premiada com cinco computadores doados pelo Instituto Inovação e Economia Circular (IEC/Recife), através do programa Computadores para Inclusão, do Governo Federal, além de troféus. As demais escolas foram contempladas com kits de leitura. Todos integrantes dos grupos receberam certificado de participação no evento.
Equipes campeãs:
1° lugar: Pankaton (Escola Indígena Especiosa Benigna)
Projeto de incentivo ao turismo sustentável em territórios indígenas
2° lugar: Farmaverde (Escola Estadual Indígena Tia Amélia cacheado)
Projeto de compartilhamento de saberes sobre plantas e ervas medicinais
3° lugar: Protetores do Saber (Escola Bom Jesus dos Aflitos)
Projeto de salvaguarda das tradições culturais dos povos indígenas
Foto: Endryo Amorim
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