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A MAGIA DA TELEVISÃO


Por Claudemir Gomes

Um brinde aos 70 anos da televisão brasileira!
Tenho visto muitas homenagens, muitos relatos de passagens pessoais sobre as inúmeras histórias embutidas na história da televisão brasileira. Fecho os olhos e começo a assistir um filme iniciado na década de 60 do século passado. Foi neste período que chegaram os primeiros aparelhos de televisão em Carpina. Graças a energia elétrica vinda de Paulo Afonso, que foi, sem dúvida, um marco de progresso e desenvolvimento no Estado.
Poucas famílias tinham televisão. A novidade despertava a curiosidade da população, e se tornou comum convidar os amigos, e os filhos dos amigos, para desfrutarem daquele privilégio que era ter um cinema em casa.
Junto com minha irmã, Ana Carolina, pegamos muita carona nesses cinemas familiares nas casas de seu Valfrido e dona Dorinha; seu Nelson e dona Rosalva; dona Glauce, madrinha da minha irmã… até que um dia meu pai comprou um aparelho ao seu Zé do Álcool. Foi uma festa lá em casa. A partir daí passamos a receber os vizinhos para compartilhar com eles aquela novidade que passava o ocupar um lugar, até então, de domínio exclusivo do rádio.
Eram tempos de Rim Tim Tim; Lassie; Doutor Kildare; Guilherme Tell; Vigilante Rodoviário; O Fugitivo; da novela O Direito de Nascer; da TV Ringue Torre; dos programas de auditório, Gurilândia, Noite de Black Tie e Você faz o Show…
Ficávamos atentos até aos comerciais. A turma de criação das agências de publicidade tirava leite de pedra. Algumas peças se tornaram memoráveis por conta do jingle. Quando me tornei adulto foi que entendi o porque do meu Tio Carol Fernandes se dedicar tanto à criação de jingle.
A Fiat Lux aproveitava o sucesso do futebol brasileiro e investia nos seus comerciais; Só Esso dá ao seu carro o máximo; Nove entre dez estrelas do cinema preferem o sabonete Lux; Dropes Dulcora: quadradinho, embrulhadinho, um a um, você quer um?…
Certa vez, testemunhei um bom papo de Amarílio Nicéas e Carol Fernandes falando sobre televisão com o meu pai. Foi uma soma de conhecimentos incrível. Amarílio e Carol eram referências.
Na década de 70, quando dava meus primeiros passos no jornalismo esportivo, recebi um convite de Robson Sampaio para fazer parte da equipe da TV Tupi. Dayse Cisneiros comandava o jornalismo e a parte de esportes era de responsabilidade de Robson. A equipe era formada por quatro profissionais: Robson Sampaio (comandante chefe e comentarista), Roberto Nogueira (Apresentador), Cláudio (cinegrafista) e eu fazia a redação do programa Telesporte, que ia ao ar todos os dias após o Jorge Chau Show e antes do Programa Top Set apresentado por João Alberto e Tais Notare. Tinha também o programa do Palhaço Pimpão que era o preferido da garotada.
Vivenciamos um dos capítulos mais tristes da televisão pernambucana: o incêndio que destruiu o Palácio do Rádio Oscar Moreira Pinto, na Av. Cruz Cabugá, sede das Rádios Clube e Tamandaré, e da TV Tupi.
No final dos anos 90 recebi convite dos amigos, Roberto Nascimento e Luiz Mala Muniz para comentar no programa da produtora RWM. Uma grata experiência. Nos anos 2000 fui convocado por Paulo Jardel, uma das grandes referências da televisão pernambucana, para comandar um programa de esportes na TV Universitária. O Esportes no 11 foi ao ar por quase oito anos. Dividia a bancada com o jornalista, Beto Lago, amigo dileto, profissional do mais alto quilate. No início de nossa caminhada contamos com a substancial ajuda e ensinamento de Simone Vilar. O programa marcou época, atingiu pontos de audiência surpreendentes, e contava com o respaldo de uma equipe técnica exemplar: todos profissionais da TV Universitária.
O cardápio da televisão nos dias de hoje é algo espetacular. O mais importante: ela põe o mundo em nossas mãos em tempo real, ao vivo e a cores.
Mas aquele “cavalo de pau” em preto e branco, dos anos 60, os filmes mudinhos, são inesquecíveis.

Carlos Peruca 24 set 2020 - 17:45m

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