Destaques  Cultura Pernambucana em 2024: Secult-PE e Fundarpe impulsionam a produção cultural e artística de forma democrática no Estado

 Cultura Pernambucana em 2024: Secult-PE e Fundarpe impulsionam a produção cultural e artística de forma democrática no Estado


Com série de ações e eventos de grande porte, a Secretaria Estadual de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco reforçam compromisso com diversidade e valorização da cultura do Estado e protagonismo da cultura popular

Em 2024, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), deu um importante passo na valorização da cultura no Estado, com a execução de grandes projetos e a implementação de políticas públicas que fortalecem o setor artístico e consolidam o protagonismo da cultura para o desenvolvimento sustentável. Com mais de R$ 209 milhões investidos, a Secult-PE e a Fundarpe têm impulsionado a produção cultural em diversas linguagens, promovendo a interiorização e o acesso à cultura para um número crescente de pernambucanos.

“Este foi um ano em que conseguimos expandir o alcance da cultura pernambucana. Ao investir na formação de novos públicos, no fortalecimento de nossa produção e na projeção internacional de nossas tradições, 2024 se consolidou como um ano de grandes vitórias para a cultura do nosso Estado. O trabalho realizado em 2024 estabelece as bases para um futuro ainda mais próspero para a cultura pernambucana”, declara a secretária estadual de Cultura, Cacau de Paula.

A Lei Paulo Gustavo (LPG) foi um importante mecanismo de fomento à cultura em Pernambuco neste ano. Com mais de R$ 107 milhões destinados ao setor, sendo R$ 100,1 milhões da LPG e R$ 7,6 milhões provenientes de rendimentos, o Estado executou 12 editais que contemplaram 2.707 propostas. Desse montante, R$ 67,4 milhões foram direcionados a editais do audiovisual e R$ 31,2 milhões para iniciativas de multilinguagens. A cultura popular foi uma das linguagens mais beneficiadas recebendo cerca de R$ 10 milhões. A produção cinematográfica também teve destaque com cerca de R$ 4 milhões investidos na reforma do Cinema São Luiz e do Theatro Cinema Guarany, localizado no município de Triunfo (Sertão).

Outra ação executada neste ano foi o lançamento, em setembro, dos setes editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB),  quem somam mais de R$ 65 milhões. A PNAB contempla diversas áreas da cultura, entre iniciativas de premiação, fomento e bolsas, além dos editais de Cultura Vinta de Pontos e Pontões. Até dezembro, 1.173 propostas iniciais de bolsas e premiações foram contempladas, com a realização do empenho de 1.024 propostas e o pagamento de 878 premiados, totalizando R$ 15.377 milhões até o momento. A finalização dos editais acontecerão em janeiro de 2025.

O Festival Pernambuco Meu País foi um dos grandes projetos da pasta em 2024. Com um investimento total de R$ 30,5 milhões, via Secult-PE, Fundarpe e Empetur, o festival inédito percorreu oito municípios do interior pernambucano, oferecendo 24 dias de festa, com 800 atrações e 3.800 horas de apresentações. O evento, que alcançou 1 milhão de pessoas e gerou 93% de ocupação hoteleira nas cidades-sede, acontecendo no período de 12 de julho a 1° de setembro, foi uma grande celebração da diversidade cultural de Pernambuco com destaque para as apresentações de grupos de cultura popular, forró e música. Também foi responsável por um recorde de inscrições (2.051) e a contratação de 800 atrações culturais, sendo 80% delas de artistas pernambucanos.

Outra ação marcante foi o Cortejos Brincantes, que levou a cultura popular pernambucana para diferentes regiões do Estado, passando por 17 municípios com mais de 170 atrações contratadas. Uma festa de ritmos e cores que atraiu a atenção do público durante o Carnaval, o Festival Pernambuco Meu País e o festival Rec’n’Play.

As parcerias também renderam grandes produções, como os projetos Saberes Carnavalizados e Brincantes nas Escolas, com a Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE), que circularam por mais de 100 escolas de todas as regiões do Estado. E o palco Pernambuco Meu País no Festival Rec’n’Play, que levou ao Bairro do Recife atrações de diferentes ritmos, com um investimento de R$ 700 mil, enaltecendo a cultura do Estado.

Já os apoios foram inúmeros e contemplaram atrações de várias regiões do Estado, do Sertão ao Litoral, diversas linguagens artísticas e diferentes ritmos. A cultura pernambucana foi amplamente fomentada com mais de R$ 14,5 milhões em investimento. Destacam-se as comemorações do Bicentenário da Confederação do Equador; a Fenearte; as festividades do Mês da Consciência Negra; a Festa do Morro da Conceição, Festival Viva Gonzagão, entre tantos outros encontros e festivais.

A literatura foi valorizada com o lançamento, em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), das quatro obras vencedoras do 8º Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura, que contabilizou a inscrição de 109 obras de autores de diversas regiões do Estado. O primeiro lugar recebeu R$ 36 mil e as outras três obras premiadas ficaram com R$ 18 mil cada uma. A premiação destacou Maracujá Interrompida, de Luís Osete; Salas Brancas com Cheiro de Éter Não Me Permitem Sentir Cheiro de Gente, de Thiago Medeiros; Da Boca pra Fora, de José Juva; e O Livro dos Sussurros, de Philippe Wollney.


De forma pioneira, a Secult-PE investiu em uma pesquisa que mapeia a produção cultural do Estado. Trata-se do Censo Cultural que funciona dentro da plataforma digital Mapa Cultural de Pernambuco. Até o momento mais de 1.000  agentes culturais responderam ao censo, além de 50 equipamentos culturais, o que vem permitindo tomadas de decisões mais precisas sobre investimentos e políticas para o setor.

Em um movimento de internacionalização da cultura pernambucana, a Secult-PE tem incentivado intercâmbios culturais com outros Estados e países. A realização do 1º Fórum Internacional do Forró de Raiz, em Portugal, e o Ano do Brasil na França, celebrado em 2025, são exemplos de como Pernambuco está projetando sua cultura no cenário internacional. Em 2024, o estado celebrou os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China promovendo atividades como apresentações de dança, música, artes marciais e artes visuais, além de uma feira com produtos típicos, no Conservatório de Música Pernambucano (CPM).


Além disso, o Cena Nordeste – Etapa Pernambuco, realizado no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, trouxe 25 horas de programação gratuita com mais de 247 artistas e profissionais de lazer e entretenimento, reunindo um público com mais de duas mil pessoas. A ação, uma iniciativa artístico-cultural inédita do Consórcio Nordeste, mobilizou os nove Estados da região e promoveu um intercâmbio de artistas nordestinos das linguagens audiovisual, grafite, teatro, dança, circo, forró, cultura popular e música. Ainda durante o Cena Nordeste foi realizado o 1º Fórum Nordeste de Produção Cultural, espaço de discussão e troca de experiências entre produtores e fazedores de cultura da região.No total, foram investidos mais de R$353 mil.

Na reta final de 2024, a Secult-PE e a Fundarpe realizaram o 15º Festival de Cinema de Triunfo. O evento teve um orçamento de R$ 500 mil e recebeu 443 inscrições de filmes. A curadoria do festival, focada em temas contemporâneos como ancestralidade e identidade de gênero, trouxe à tona a riqueza da produção cinematográfica pernambucana e nordestina. Com 40 filmes selecionados, o evento consolidou-se como um importante espaço para o cinema independente e regional.

EDITAIS – A Secult-PE realizou o 10º Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura, os 12º e 13º Prêmio Pernambuco de Fotografia, o 5º Prêmio Palhaço Cascudo de Incentivo às Artes Circenses, os 5º e 6º Prêmio Roberto França (Pernalonga) de Teatro e os 7º e 8º Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia. Ao todo, os editais contabilizaram quase R$ 1 milhão em prêmios.

Ao longo de 2024, a Fundarpe promoveu o Prêmio Frei Caneca de Teatro, com seis projetos aprovados: três de médio porte, com prêmio no valor de R$ 35 mil cada um; e três de pequeno porte, cujo valor é de R$ 25 mil cada um. Os prêmios foram pagos e os espetáculos devem ser encenados ao longo de 2025. No período, a fundação ainda realizou o 9º Prêmio Ayrton Almeida de Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Foram dois premiados em cada uma das três categorias: Formação; Promoção e Difusão; e Acervos Documentais e Memória Cultural. Os contemplados receberam valores de R$ 20 mil e R$ 10 mil, respectivamente, o 1º e o 2º lugar em cada uma das três categorias.

Já o 15º Pernambuco de Todas as Paixões – Concurso 2024 contemplou dez propostas, sendo três na Categoria A: Espetáculos de Grande Porte (até R$ 45 mil) e outras sete na Categoria B: Espetáculos de Médio Porte (até R$ 35 mil). Os espetáculos aprovados foram realizados em 12 municípios pernambucanos, de 15 a 31 de março.

CICLO CARNAVALESCO – O Edital de Convocatória do Ciclo Carnavalesco 2024 teve inicialmente 1.563 inscrições. Ao todo foram consideradas válidas 1.505 inscrições, das quais 975 (64,78%) propostas foram habilitadas, 493 (32,76%) inabilitadas e 37 (2,46%) desclassificadas.

O edital ampliou os limites de apresentações de artistas e grupos de cultura popular e de dança da tradição carnavalesca, de orquestras e de cultura popular em geral, que são o eixo desse ciclo, para até seis (apresentações), atendendo a um pleito da cultura.

Outra novidade no edital 2024 disse respeito às reservas de vagas, com a inclusão de cotas para contratação de, no mínimo, 3% de artistas com deficiência ou grupos artísticos formados em sua maioria por pessoas com deficiência; o mesmo percentual para artistas pertencentes às comunidades quilombolas ou grupos artísticos formados em sua maioria por pessoas pertencentes a tais comunidades; e mais 3% para política afirmativa, que inclui mulher (cis), pessoa não cisgênero (trans, travesti, não binária) ou outra variabilidade de gênero (queer, questionando, andrógino, fluido e mais), pessoa sem identidade de gênero (ageneridade) ou com condição específica (intersexo).

No Carnaval, o Governo do Estado, através da Secult-PE, da Fundarpe, da Setur-PE e da Empetur, apoiou as festividades realizadas em cerca de 100 municípios. Os valores investidos pela atual gestão foram na ordem de R$ 20 milhões, o dobro do recurso de 2023. Em 2024, foram contempladas mais de 1.000 contratações artísiticas, sendo cerca da metade destinada para apresentações de grupos de cultura popular.

Outra iniciativa deste ano foi o investimento em ações nas escolas com a realização de 50 apresentações culturais em instituições públicas de ensino de todas as macrorregiões do Estado, permitindo aos estudantes da rede estadual conhecerem mais da cultural popular e vivenciarem experiências únicas com os brincantes.

Também como parte da programação do Carnaval 2024 a Secult-PE e Fundarpe realizaram pela primeira vez no calendário do Carnaval do Estado o Cortejo Brincantes de Pernambuco. O projeto aportou em oito cidades: Recife (1º de fevereiro), Olinda (8), Ipojuca (9), Pesqueira (10), Arcoverde (11), Itamaracá e Triunfo (12) e Bezerros (13). O intercâmbio cultural possibilitou os desfiles inusitados do Homem da Meia-Noite e do Boi da Macuca pelas ruas do Bairro do Recife; do Galo da Madrugada e dos Papangus de Bezerros pelas ladeiras de Olinda; do Grêmio Recreativo Cultural e Arte Gigante do Samba e da Tribo Indígena Carijós do Recife pela Vila de Todos os Santos, em Porto de Galinhas, Ipojuca; entre outros.

O Homem da Meia-Noite, Patrimônio Vivo de Pernambuco, voltou a contar este ano com apoio do Governo de Pernambuco. A gestão valorizou e fortaleceu um dos principais ícones do Carnaval pernambucano. Por meio de uma ação da Fundarpe, o famoso Calunga ainda desfilou no Carnaval de Fernando de Noronha.

Outro gigante apoiado pelo governo estadual foi o Galo da Madrugada, o maior bloco do mundo, que arrasta multidões para o Centro do Recife, no Sábado de Zé Pereira. Um dos 30 trios elétricos que participaram 45º desfile da agremiação foi o da Secretaria Estadual da Mulher, que teve como atrações a Orquestra 100% Mulher e as cantoras Cristina Amaral e Gabi do Carmo, todas contratadas via Fundarpe.

Além de incluir inúmeros artistas e grupos na programação promovida pelos municípios, o Governo Estadual também apoiou 23 encontros tradicionais de cultura popular e festivais importantes, como RecBeat, Cena Peixinhos, Festival Pré-Amp e Porto Musical.

Alguns exemplos de eventos que foram apoiados durante o período pré-carnavalesco são Águas de Oxalá, em Olinda; Encontro de Blocos de Pau e Corda de Pernambuco – Aurora dos Carnavais; 15ª Festival Cena Peixinhos; Porto Musical, com o palco Som na Rural; Festival Pré-Amp; Os Bois Brilham no Carnaval de Todos; Noite Para os Tambores Silenciosos, em Olinda; 10º Encontro de Mestres – Nações de Maracatu, na Praça do Arsenal, no Recife; e Baile das Coroas da Casa de Badia, no Bairro do Recife.

Já durante o período momesco houve uma extensa programação cultural incentivada pela Fundarpe, como o Festival RecBeat, no Recife; o Garanhuns Jazz Festival, o Encontro Estadual de Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, em Aliança e em Olinda, o Encontro de Burrinhas, Caboclinhos, Catirinas e Maracatus de Pernambuco, em Bom Jardim; o Carnaval Mesclado da Casa da Rabeca e o Encontro dos Bonecos Gigantes, ambos em Olinda; e o Encontro Estadual de Afoxés de Pernambuco, promovido pela União dos Afoxés de Pernambuco, em Olinda.

O Governo de Pernambuco promoveu ainda uma homenagem inédita a três grandes vozes da cultura pernambucana no Carnaval 2024: Alceu Valença, Claudionor Germano e Lia de Itamaracá. Ícones da festa e cantores reverenciados no mundo todo, Claudionor Germano e Lia de Itamaracá são Patrimônios Vivos do Estado. Alceu Valença, por sua vez, é detentor da Medalha da Ordem do Mérito Guararapes, título concedido ao artista por sua representatividade na cultura pernambucana.

CICLO JUNINO – A Convocatória do Ciclo Junino de Pernambuco 2024 contou com um aumento de mais de 20% nas inscrições e propostas habilitadas em comparação com os números de 2023. Promovido pela Secult-PE, Fundarpe, Setur-PE e Empetur, o edital recebeu propostas de todas as regiões do Estado em seis categorias: Cultura Popular de Tradição Junina, Cultura Popular Diversa, Música de Difusão de Repertório Junino, Trios Pé-de-Serra, Quadrilha Junina e Outros Gêneros Musicais.

Este ano o edital registrou um total de 1.475 inscrições, com um aumento de 20,4% em relação a 2023, quando foram inscritas 1.225 propostas. Já em relação às propostas habilitadas houve um incremento de 25,2%: de 878 atrações habilitadas em 2023, o quantitativo subiu para 1.099 propostas habilitadas em 2024.

O programa Brincantes nas Escolas – Edição São João levou para 100 escolas em mais de 60 municípios de todas as regiões do Estado, durante o período junino, o programa Brincantes nas Escolas – Edição São João. Nessa edição foram investidos mais de R$ 700 mil em contratações de habilitados na Convocatória do Ciclo Junino e convidados de acordo com a territorialidade.

Também lançou o inédito edital conjunto dos ciclos carnavalesco e junino de 2025; abriu convocatória para pareceristas com duração de dois anos; e está em fase de inscrição do edital Pernambuco de Todas as Paixões, que nesta edição vai realizar o pagamento antes da execução dos espetáculos.

FUNCULTURA – Em 2024 foram pagos mais de R$ 31 milhões em parcelas de projetos aprovados nos editais do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). Ao todo foram inscritas 957 propostas no edital Geral, 446 no de Audiovisual, 299 no de Música e 89 no de Microprojeto. Destas, foram aprovadas 241 propostas no Geral, 103 no de Audiovisual, 52 no de Música e 43 no de Microprojeto. Também foram contratados 79 pareceristas para julgar o mérito dos projetos dos editais Funcultura 2023/2024, sendo mais de 90% deles já pagos antes do fim do ano.

No âmbito das capacitações, o Funcultura também foi responsável pela realização, em parceria com a Secult-PE, de 12 encontros remotos e 14 presenciais nos municípios de Santa Filomena, Cabrobó, Vitória de Santo Antão, Jatobá, Serrita, Tracunhaém, Toritama, Olinda, Betânia, Afogados da Ingazeira, Lagoa do Ouro, Bezerros, Ipojuca e Fernando de Noronha.

Já o Cadastro de Produtor Cultural (CPC), necessário para produtores culturais (pessoas físicas e jurídicas), que residam em Pernambuco há pelo menos um ano, à submissão de projetos aos editais do Funcultura, contou com a inscrição de 800 novos produtores cadastrados e 2.772 produtores com cadastros renovados.

Em 2024 ainda foram realizadas 12 reuniões ordinárias que deliberam sobre projetos do Funcultura e 16 extraordinárias para homologação de resultados dos editais 2023/2024, homologação dos editais 2024/2025 e homologação de resoluções. Foram apreciados e homologados 1.392 pleitos. Até 31 de dezembro de 2024 devem ser publicados os editais Funcultura do ciclo 2024/2025.

No segundo semestre de 2024 também foi firmada a parceria com a Residência Tecnológica do Porto Digital, que envolveu a construção conjunta de uma solução tecnológica para resolver problemas reais propostos pelo Funcultura. O objetivo da residência é proporcionar aos alunos do curso de análise e desenvolvimento de sistemas (ADS) de instituições parceiras (Senac, Unit, FICR, Uninassau, C.E.S.A.R. e Unicap), uma experiência prática com os desafios do mercado de TI.

Foi apresentado o desafio de automatizar o processo de Cadastro de Produtor Cultural (CPC). Os alunos trabalharam no desenvolvimento de uma série de documentações relacionadas ao problema, como identificação de personas, jornada do usuário, fluxo de telas, representação de banco de dados e backlog do produto priorizado. Além disso, escolheram as tecnologias a serem utilizadas, optando pela linguagem de programação Python e JavaScript com React. Foi também criado um protótipo no Figma, utilizando as logomarcas e a identidade visual das marcas do Governo de Pernambuco.

EQUIPAMENTOS CULTURAIS – Os equipamentos culturais administrados pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundarpe, também tiveram uma atenção especial em 2024. A implantação da Superintendência de Equipamentos Culturais, em abril, é considerado um marco na condução do processo de qualificação desses espaços públicos com ênfase no papel fundamental que eles desempenham, seja pelo valor histórico e patrimonial das suas edificações, ou pela relevância da contribuição na difusão da produção artística do Estado.

A plena atividade dos equipamentos culturais reflete uma política cultural comprometida na preservação de seu patrimônio material, imaterial e simbólico, na difusão da produção artística e no fortalecimento das relações entre os diversos setores que se interligam como educação, turismo, economia e desenvolvimento social. Eles atuam como motores essenciais para a cadeia produtiva da cultura, gerando empregos e fomentando a economia da cultura em diferentes áreas de atuação como gestores culturais, curadores, educadores, técnicos de iluminação e som, projecionistas, artistas, fotógrafos entre outros profissionais, além de configurarem como atrações turísticas recebendo visitantes de todo o Brasil e do mundo que visitam Pernambuco. 

Na programação dos equipamentos foram oferecidas à população feiras, desfiles, apresentações artísticas, lançamentos de livros, cursos, oficinas, mediações educativas, encontros temáticos, exibições de filmes, exposições de arte, experiências gastronômicas e em economia criativa, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento da cena cultural pernambucana. As ações culturais nessa área receberam, ao longo do ano, R$ 400 mil de investimentos.

O Observatório Torre Malakoff contou com a exposição permanente A Torre e o Tempo, além de 10 mostras temporárias e outros 12 eventos de música, teatro, literatura e festivais, totalizando um público de 13.437 pessoas em exposições e 10.127 pessoas em outros eventos.

Já o Teatro Arraial Ariano Suassuna foi palco para os editais de ocupação de circo (Canções, Cancionetas e Caçarolas), teatro (O Problema É a Cerca) e dança (Sulear: Conscientização e Emancioação Social) atraindo 1.012 visitantes.

O histórico Theatro Cinema Guarany, no Sertão, sede do Festival de Cinema de Triunfo contou com 10.019 visitantes em mais de 20 ações desenvolvidas ao longo do ano de visitas guiadas e nas áreas de audiovisual, artes cênicas, literatura, artes visuais, música, economia criativa e cultura popular.

Museu Regional de Olinda (Mureo) contou com a exposição permanente Obras Sacras e Mobiliários, além de cinco mostras temporárias recebendo 6.843 visitantes do público em geral e 1.320 visitantes de escolas.

O tradicional Museu do Estado de Pernambuco (Mepe) teve duas exposições permanentes (O Casarão e a Cidade: Usos e Costumes; e Pernambuco, Território e Patrimônio de um Povo), além de dez mostras temporárias com 12.758 visitantes do público em geral e 5.697 visitantes de escolas.

O Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe) abrigou sua exposição permanente, com acervo próprio, além de quatro mostras temporárias e outros eventos como a 17ª Semana do Patrimônio e o Cena Nordeste, lançamento de vídeos e ações como Banco Vermelho e Museu para Todos. Recebeu 8.838 visitantes do público em geral e 634 estudantes.

O Espaço Pasárgada contou com 18 ações desenvolvidas este ano, entre lançamentos de livros, saraus, oficinas, apresentações teatrais e musicais, aulões, festivais, aulas-espetáculos, cursos e a tradicional Semana Manuel Bandeira, recebendo 1.885 pessoas do público em geral e 331 estudantes.

A Casa da Cultura Luiz Gonzaga contabiliza um público de 10.456 visitantes ao longo do ano com mais de 30 ações desenvolvidas no local na áreas de feira, cultura popular, artesanato, turismo, formação cultural, ciclos carnavalesco e junino, recreação, artes cênicas, patrimônio, música, artes visuais, moda e audiovisual.

A Casa de Câmara e Cadeia, no município de Brejo da Madre de Deus (Agreste) recebeu as duas edições da exposição Isso É um Estrondo?, fruto de edital de ocupação, recebendo 895 visitantes mais 1.320 estudantes.

Até mesmo o Museu do Barro de Caruaru (Mubac), que se encontra temporariamente em obras, realizou ações descentralizadas em parceria com instituições como Maspe, Casa da Cultura e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O mesmo ocorreu com o Museu de Arte Contemporânea (MAC), que também está em obras.

E o tão aguardado Cinema São Luiz, desde sua reabertura, em 1º de novembro, quando já recebeu um público de mais de 16 mil pessoas, com exibições nos finais de semana e a realização do Festival Janela de Cinema e do Festival Fincar.

Cuidado com o patrimônio material e imaterial de Pernambuco

Na virada de seu 50 para 51 anos de existência, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) tem se destacado também pela retomada, em grande escala, das ações de sua atividade fim original, que são o cuidado com o patrimônio material do Estado. Entre ações de restauração, manutenção, conservação, reabilitação, requalificação e recuperação, estão sendo investidos mais de R$ 75 milhões.

Os recursos estão sendo aplicados em ações na Igreja Matriz de Santo Antônio, na Casa da Cultura de Pernambuco, na Estação Central Capiba – Museu do Trem (Mutre), na Casa de Oliveira Lima – Conselho Estadual de Cultura, no prédio nº 379 da Rua da Aurora e no próprio edifício-sede da Fundarpe, no Recife; no Mosteiro de São Bento, no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), nos Chalés do Carmo, no terreiro Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão, nas Igreja de Nossa Senhora do Monte e São Pedro Mártir e no Cine Olinda, em Olinda; nos Fortes de São Pedro e de Santo Antônio, no Arquipélago de Fernando de Noronha; e na Casa de Câmara e Cadeia, em Brejo da Madre de Deus (Agreste).


“Em 2024 a roda da cultura voltou a girar de maneira mais efetiva. Os recursos chegaram e estamos podendo realizar investimentos visando atender às demandas, há muito represadas, de nosso patrimônio e da classe artística, implementando ideias inovadoras e criativas, com total comprometimento”, comemora a presidente da Fundarpe, Renata Borba. “Estamos muito felizes de poder voltar a cuidar do nosso patrimônio, do patrimônio histórico e artístico de Pernambuco, como ele de fato merece. E com a certeza de que em 2025 poderemos fazer muito mais”, projeta.

PATRIMÔNIO CULTURAL – A preservação do patrimônio ainda contemplou a promoção do patrimônio cultural com ações descentralizadas, executadas em 2024, de educação patrimonial (oficinas, rodas de diálogo e palestras; exposições; aprovação de projeto no Edital nº 6/2023 de Educação Patrimonial do Iphan; inventários, Jogo do Patrimônio Vivo e formações); e de promoção e difusão (com a realização do 9º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho e lançamento da 10ª edição do concurso; da 17ª Semana Estadual do Patrimônio Cultural de Pernambuco, abrangendo 39 municípios e a participação de mais de 4 mil pessoas.

Ao todo foram alcançadas todas as 12 Regiões de Desenvolvimento (RDs) de Pernambuco, sendo 18 municípios alcançados diretamente com exposições, formações e palestras (Arcoverde, Bodocó, Brejo da Madre de Deus, Camaragibe, Caruaru, Floresta, Garanhuns, Limoeiro, Olinda, Palmares, Paudalho, Recife, Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista, Serra Talhada, Triunfo, Vicência) e outras 74 cidades alcançadas indiretamente por meio de ações realizadas em parceria, envolvendo um público mais de 21 mil pessoas.

Na área de patrimônio material foram deferidos três novos pedidos de tombamento (Cemitério Municipal de São Sebastião, Acervo do Campo das Princesas e Casa Grande do Engenho Guerra), além do deferimento de três publicações de Decreto Estadual (Painéis e Pinturas Murais do Artista Plástico Pernambucano Lula Cardoso Ayres, Antiga Casa de Câmara e Cadeia de Sirinhaém e Antiga Casa da Câmara e Cadeia de Flores).

Na produção técnica, que contempla análise de projetos, orientações, monitoramento e fiscalização dos bens e acompanhamento de obras, a Fundarpe foi responsável pela elaboração de projetos de intervenção para bens tombados, como adequação de uso e acessibilidade do Cinema São Luiz; conservação, restauro e adequação de acessibilidade do MAC-PE; adequação de acessibilidade do Theatro Cinema Guarany, em Triunfo; e reforma dos banheiros e adequação das instalações elétricas da Casa da Cultura, além da elaboração de projetos para captação de recursos para o Terreiro Obá Ogunté, por meio do PAC Seleções.

Já no campo do patrimônio imaterial, Pernambuco teve três bens registrados em 2024 (Choro, em âmbito federal; Ofício, Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais do Brasil, também em âmbito federal; e Procissão do Carrego da Lenha da Comunidade Quilombola de Povoação de São Lourenço de Tejucupapo, no âmbito estadual). O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) contou com três entregas: Bacamartes (Projeto Funcultura nº 1136/20); Mamulengo Pernambucano Patrimônio do Brasil (Projeto Funcultura nº 1.776/20); e Entre Rezas e Curas: Inventário das Benzedeiras e Rezadeiras do Sertão do Araripe-PE (Projeto Funcultura nº 2069/18).

As tradicionais ações de salvaguarda contemplaram em 2024 o cavalo marinho, o frevo e coco. Outras ações proporcionaram estudos e parcerias com órgãos como Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Faculdade Senac, Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (lepha-MG), Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Comissão de Cultura da OAB-PE e com a Gerência de Educação e Direitos Humanos (GEDH/Secult-PE).

Também foram registrados 10 novos Patrimônios Vivos, com a entrega de mais seis títulos de Notório Saber em Cultura Popular, via Universidade de Pernambuco (UPE) e a realização do Jogo do Patrimônio Vivo (nova edição), Catálogo do Patrimônio Vivo 2024, Relatório Final do Concurso do RPV 2024 e Questionário de Avaliação da Política (2021-2024).

As ações de patrimônio imaterial tiveram ainda participação na 17ª Semana Estadual do Patrimônio Cultural de Pernambuco, em que foram investidos recursos de R$ 111 mil, além da realização da 3ª Jornada do Patrimônio Alimentar: Cultura Alimentar e Identidade Territorial e do 9º Seminário de Gênero e Patrimônio Cultural: Territórios de Pertencimento Cultural como Espaços de Resistência das Mulheres na Salvaguarda do Patrimônio.

Fotos: Dani Pedrosa/Secult-PE/Fundarpe – Eduardo Cunha/Secult-PE/Fundarpe – Morgana Narjara/Secult-PE/Fundarpe.

Carlos Peruca 01 jan 2025 - 8:34m

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