Destaques Cooperação Pernambuco vai mapear rede de apoio ao usuário problemático de drogas

Cooperação Pernambuco vai mapear rede de apoio ao usuário problemático de drogas


Uma pesquisa inédita começa, nesta segunda-feira (26), com o “Mapeamento da Rede de Serviços de Tratamento Voltados às Pessoas com Problemas Associados ao Uso Prejudicial de Álcool e/ou Outras Drogas”. A fase piloto do estudo terá a contribuição de dez comunidades terapêuticas acolhedoras e de cerca de 142 equipes da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) no Estado. Depois da realização do piloto, o mapeamento completo vai abranger todos os 184 municípios mais o território de Fernando de Noronha, com uma expectativa de participação de aproximadamente 2,7 mil equipes da RAPS, e 102 comunidades terapêuticas. A pesquisa será coordenada pela Cooperação Pernambuco, através do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

É a primeira vez que um mapeamento com este nível abrangência e detalhamento é realizado, a partir de um instrumento de pesquisa on-line com 132 perguntas distribuídas em 4 seções, que abordam aspectos como recursos humanos, capacidade instalada, serviços ofertados e articulação em rede. Com o levantamento, a Cooperação Pernambuco contribuirá para dotar o Governo do Estado de um recurso estratégico, em especial para a reação sanitária decorrente do uso problemático de crack e outras drogas – que não ficou menor nos tempos da pandemia.

A Cooperação Pernambuco foi desenvolvida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas (SPVD), com o UNODC, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Instituto Igarapé. Ela é uma união de esforços na construção de indicadores, plataformas, metodologias e estruturas capazes de abastecer o Estado de informações para a prevenção social à violência.

O secretário Cloves Benevides é uma das cabeças pensantes da Cooperação Pernambuco e classifica o mapeamento da rede de serviços para quem faz uso prejudicial de crack e outras drogas como um avanço, capaz de revelar um quadro ainda desconhecido pelos pernambucanos. “O uso problemático das drogas existe, as respostas da sociedade já começaram e o Estado precisa compreender todas as características envolvidas nesta rede, para poder melhor definir as políticas a serem adotadas”, analisa Cloves Benevides.

O analista de monitoramento e avaliação do UNODC, Antonio Lima, considera o trabalho parte do mandato do UNODC em apoiar os Estados-membros. “Essa questão das pessoas que fazem uso nocivo de álcool e outras drogas requer estratégias de cuidados, que estejam em consonância com as evidências científicas e com as melhores práticas”, argumenta. Antonio Lima considera a oportunidade valiosa para se discutir as diretrizes internacionais de prevenção e de tratamento. “O mapeamento dessa rede de cuidados trará elementos para auxiliar o governo de Pernambuco na melhora da tomada de decisão diante dos desafios presentes nesse campo”, completa.

MAIS INFORMAÇÕES – O Mapeamento da Rede de Serviços de Tratamento Voltados às Pessoas com Problemas Associados ao Uso Prejudicial de Álcool e/ou Outras Drogas irá muito além do georreferenciamento com nome e contatos das unidades públicas e privadas de resposta a este problema. O trabalho vai fortalecer toda a RAPS e sua articulação com a Rede Intersetorial de Cuidados. Ao se aproximar de uma rede tão ampla em todo o Estado, serão observadas e destacadas as boas práticas, quais os entraves à adoção dos melhores procedimentos e o que é preciso para o aperfeiçoamento dos serviços. Outra expectativa é o conhecimento das Comunidades Terapêuticas Acolhedoras, visando à qualificação deste tipo de espaço, tendo como base os preceitos internacionais (OMS e UNODC).

Esse trabalho de mapeamento se relaciona com o marco lógico e a matriz de indicadores de monitoramento e avaliação das políticas de prevenção às violências. A conexão entre esses dois produtos do UNODC é vista como inovadora pela agência, no âmbito da América Latina.

A pesquisa conta com o apoio e parceria da Secretaria Estadual de Saúde e dos municípios, além do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas de Pernambuco (Cepad). As atividades, para além dos trabalhos internos, começaram com uma oficina para apresentação de toda a sua metodologia, na sexta-feira (23).  O segundo momento será a etapa piloto da pesquisa, que começa na segunda-feira (26) e será concluída até o dia 10 de maio.

Concluída a etapa piloto, será realizado um webinário internacional, com participação de especialistas da sede global do UNODC em Viena, Áustria. O evento com tradução simultânea está programado para acontecer no dia 24 de maio. No dia seguinte, 25 de maio, começa o mapeamento com abrangência em todos os 184 municípios pernambucanos e no território de Fernando de Noronha. O trabalho de levantamento de dados deverá estar concluído até o dia 18 de junho.

Conheça mais:

Cooperação Pernambuco – parceria entre o Governo do Estado com três agências ONU e com o Instituto Igarapé

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

ONU-HABITAT – Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos

UNODC – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime

Instituto Igarapé – Instituição brasileira reconhecida internacionalmente por concentrar pesquisa e pensadores sobre as questões emergentes de segurança e desenvolvimento.

RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, que são os serviços e equipamentos da política nacional de saúde mental, formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Unidades de Atenção Primária à Saúde, os consultórios de/na rua, as unidade de acolhimento e os leitos de atenção integral em hospitais gerais. A RAPS está presente em diferentes níveis de atenção à saúde e trabalha na perspectiva intersetorial.

Cepad – Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas de Pernambuco

Juliany Maria 26 abr 2021 - 20:45m

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